Mutilação genital feminina: uma tradição que corre o mundo
Os procedimentos feitos com navalhas, tesouras ou lâminas são para “purificar” meninas antes de iniciarem a vida sexual
A foto ao lado foi tirada em 1987 e, apesar de não ser recente, ainda é o retrato da dor de mais de 3 milhões de meninas e mulheres espalhadas pelo mundo que são submetidas ao procedimento de mutilação genital feminina por ano, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A tradição milenar consiste em cortar partes do clitóris e dos pequenos e grandes lábios da vagina. O objetivo principal é tornar a mulher “mais pura” após o ato, privando-a do direito ao prazer sexual.
O
ritual se concentra em 29 países entre o continente africano e o
Oriente Médio e é visto como uma garantia de honra e obediência ao
marido. A maioria dos homens dessas localidades só se casa com mulheres
que preservam a tradição.
Em
grande parte dos locais, a cirurgia é realizada sem anestesia e o corte
é feito a navalhas, tesouras, cacos de vidro ou lâminas de barbear, sem
nenhuma higiene. Além de ser realizada por uma pessoa comum, geralmente
uma parteira tradicional do vilarejo, sem nenhuma formação médica.
A
circuncisão ocorre, normalmente, em meninas a partir dos 5 até os 15
anos de idade. Mas há casos de mulheres adultas e casadas que também são
sujeitas ao ritual, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Marcas
As
sequelas deixadas pela cirurgia persistirão por toda a vida. Depois da
operação, a pele da vagina é costurada, deixando apenas um pequeno
orifício para que as meninas possam urinar e menstruar. As meninas ficam
“costuradas” até o casamento. Mas terão relações sexuais dolorosas.
Existe
também uma crença de que as mulheres precisam ter passado pela
mutilação para ter bebês, porém, para algumas, a cirurgia pode causar
infertilidade e grandes complicações no parto, além de causar hemorragia
grave e infecções.
Mutilação pelo mundo
Segundo
a Unicef, entre os países do nordeste africano, a Somália tem os
números de casos mais chocantes: 98% das mulheres entre 15 e 49 anos já
tiveram vagina mutilada. Guiné-Bissau tem o segundo maior dado, 96%.
Djibouti e Egito têm, respectivamente, 93% e 91% da população feminina
operada. Em Eritreia e no Mali, o número chega a 89%. Em Serra Leoa e no
Sudão, na África Oriental, a prevalência é de 88%.
Cerca
de 130 milhões de meninas e mulheres já passaram pelo procedimento. Se a
tradição continuar, outras 30 milhões poderão ser mutiladas nos
próximos 10 anos.
A voz da religião
De acordo com o jornal Egyptian Streets,
apenas 30% das mulheres egípcias casadas acreditam que a prática
deveria ser proibida, mais da metade é a favor do procedimento por
motivos religiosos. No Egito, a maioria das mulheres é submetida à
mutilação entre as idades de 9 e 12 anos, com apenas 31% das operações
conduzidas por médicos, segundo Adel Adawy, ministro da Saúde do país.
Acredita-se
que o procedimento tenha surgido ainda na época dos faraós e ao longo
do tempo tenha se disseminado por vários países, até ser praticado por
religiosos extremistas.
Em uma tarde de um domingo na Fundação Casa de Vila Conceição os voluntários da UNIVERSAL fizeram uma surpresa para os internos e famílias. Uma delicioso café da tarde. Algumas das mães dos internos junto com os voluntários da IURD partiram um lindo e gostoso bolo e em seguida serviram para todos os presentes.
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