Com renda fixa e garantida, aposentados são alvos de bancos, financeiras e até de familiares
Em 10 anos, a expectativa média de vida do brasileiro aumentou de 68 para 74 anos. E, com o aumento da população idosa, cresceu também o número de aposentados no Brasil.
Porém, para viver bem e com qualidade, além dos cuidados com a saúde, a chamada terceira idade está se vendo obrigada a se prevenir de outro problema crônico: a perigosa sedução do endividamento.
Levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mostra que a maior parte dos inadimplentes é de brasileiros com mais de 65 anos, que acabaram de se aposentar. Esse endividamento, de acordo com especialista, já afeta, inclusive, a economia do País.
Entre os principais fatores apontados para o endividamento estão a falta de informação dos idosos sobre as regras que regem o mercado financeiro e o fato de muitos sustentarem outros membros da família com a aposentadoria.
Outro problema apontado pelo estudo é que muitas pessoas se esquecem de que na velhice os ganhos diminuem, enquanto os gastos com a saúde tendem a aumentar. A falta de planejamento para enfrentar essa nova realidade leva as contas a ficarem sempre no vermelho.
O empréstimo consignado é mais uma armadilha para o endividamento. Com a renda fixa da aposentadoria, os idosos se transformam em presa fácil para as operadoras de crédito e bancos, que veem nos mais velhos uma grande oportunidade para lucrar. A estratégia dessas empresas pode ser vista em qualquer esquina de um grande centro urbano: promotores de vendas vestidos com coletes coloridos oferecem quanto dinheiro o idoso precisar. Seduzidos pela proposta, muitos acabam aceitando pegar dinheiro emprestado com juros altos. Em poucos meses, a dívida cresce e se dilui em vários meses, enquanto as operadoras têm a garantia de resgatar uma parte da aposentadoria do idoso todo mês.
Para evitar o endividamento pessoal e o comprometimento da qualidade de vida do idoso, muitos especialistas defendem a ideia de que sejam criados programas oficiais de educação financeira voltados a todos os segmentos sociais e etários da sociedade – desde crianças até idosos – que ajudem as pessoas a planejar seus orçamentos de acordo com as várias fases da vida. Caso contrário, a “bolha de endividamento” poderá provocar, a médio prazo, um calote generalizado, impactando em muitas empresas com o não pagamento das dívidas contraídas.
Armadilhas que mais endividam idosos
• Empréstimo feito para familiares
• Falta de planejamento das contas
• Maior gasto com saúde
• Empréstimos consignados, que se transformam em bola de neve
Susy Zocolaro
ResponderExcluirExcluir Susy Zocolaro A educação financeira é boa, mas também deveríamos procurar criar mecanismos que protejam os idosos da ganância de algumas instituições financeiras e da má fé de pessoas inescrupulosas.
3 horas atrás