segunda-feira, 8 de julho de 2013

Bilionário e pobre


Chefão da Fórmula 1 admite que fama e fortuna não trouxeram felicidade à sua vida


“Existem pessoas tão pobres neste mundo, que a única coisa que elas têm é dinheiro.” Essa frase ilustra bem a vida do empresário Bernie Ecclestone, de 82 anos, dono de uma fortuna estimada em R$ 10 bilhões. Maior acionista da Alpha Prema, a matriz das companhias que gerenciam a Fórmula 1, Ecclestone é considerado o Todo-Poderoso da categoria, mas recentemente admitiu que não sabe o que é ser feliz.

“Eu não tenho certeza do que é felicidade. O que esse sentimento significa? Experimentei a ‘satisfação’ quando planejei coisas que deram certo. Mas felicidade? Não tenho certeza”, admitiu o empresário, em entrevista ao jornal inglês The Times.

A declaração de Ecclestone desmonta a esperança que muitas pessoas têm de preencher o vazio ganhando muito dinheiro ou tendo sucesso na carreira. Lutar por décadas, alcançar resultados surpreendentes, conquistar dinheiro, fama, prestígio e respeito, mas um dia perceber que não alcançou o que seria mais importante na vida de uma pessoa é, no mínimo, frustrante.


Essa frustração não é exclusividade de Ecclestone. Um estudo realizado pela Universidade de Princeton (EUA) apontou que o dinheiro realmente melhora a avaliação que as pessoas fazem da vida, mas sozinho não traz felicidade. Na verdade, a felicidade não pode ser encontrada em nada deste mundo. Ao contrário do que prega a ficção, nem casamento, nem dinheiro, nem viagens, nem coisa alguma que preencha os sonhos de consumo pode acabar com o vazio que o ser humano tem naturalmente dentro de si. A felicidade só pode ser encontrada quando se busca o Autor da Vida. Buscar qualquer outra coisa antes disso é correr atrás do vento.

A obsessão pelo trabalho, por exemplo, interfere na vida familiar de Ecclestone. Ele deixou de ir à festa de casamento da própria filha, Tamara. “Fui para casa. Estava lá para um trabalho. Não queria passear”, disse.

O empresário foi casado por 25 anos com Slavica Ecclestone, mas nem o dinheiro, nem a fama, nem o sucesso no trabalho evitaram o divórcio que lhe custou um bilhão de euros. Slavica já era sua segunda esposa e, recentemente, o magnata anunciou mais uma tentativa de alcançar a felicidade no amor ao casar-se com a brasileira Fabiana Flosi, 45 anos mais jovem.

Como se as dificuldades que tem não bastassem, recentemente ele foi acusado de suborno e corrupção pelo governo alemão, por ter supostamente repassado 44 milhões de euros (cerca de R$ 130 milhões) na transação dos direitos comerciais da F-1 à empresa CVC. Apesar de se declarar inocente, ele admite a possibilidade de ir preso e brinca: “Se eu for para a cadeia, terei que lidar com isso. Mas não acho que gostarei muito”.

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