Chegada do papa gera protestos e para trânsito no Rio
Grupo convocou protesto no Palácio Guanabara; prefeitura preparou esquema especial nas ruas
A chegada do papa Francisco para a JMJ (Jornada Mundial da Juventude) ocorrerá nesta segunda-feira (22) em meio a protestos e interdições no trânsito da capital carioca. A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) ressaltou recentemente que "grupos de pressão" na cidade poderão atrapalhar o evento católico.
Repetindo o clima de desconfiança da população visto na última JMJ de 2011 em Madri — quando protestos deixaram 11 feridos e marcaram a visita do líder na Espanha — pelo menos dois protestos já estão programados para ocorrer durante o evento que começa nesta semana no Rio de Janeiro.
Uma destas manifestações terá lugar já nesta segunda-feira em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do Estado, quando o papa encontrará a presidente Dilma Rousseff. A recepção foi fortemente criticada pois custará cerca de R$ 850 mil aos cofres públicos. Este protesto foi convocado pelas redes sociais sob o título deAto na Recepção do papa e conta com mais de 8.000 confirmados. De acordo com a página do evento, seu principal tema será: "os gastos públicos de R$ 118 milhões pela vinda do papa".
Outra manifestação, também divulgada pela internet, será realizada na sexta-feira (26) em Copacabana durante a celebração de um dos eventos religiosos programados para o local. Da mesma forma que o protesto desta segunda-feira, os organizadores alegaram que o ato servirá como mais um "grito contra a corrupção e por serviços públicos mais dignos''.
Na sexta-feira (19) o governador Sérgio Cabral não se mostrou preocupado com a ameaça de protestos durante a visita do papa Francisco. Após confirmar que receberá o pontífice segunda-feira no Palácio Guanabara, ao lado da presidente Dilma Rousseff, Cabral disse que atos de vandalismo não terão vez frente ao esquema de segurança e aos milhares de peregrinos esperados na cidade.
— Confirmo a visita do papa no Palácio [Guanabara], com a Dilma o Michel Temer [vice-presidente] e outras autoridades. Tenho certeza que todos receberão o papa de braços abertos. O clima será de fraternidade, amor e carinho. Se vândalos tentarem prejudicar os eventos, não o farão. Não só pela presença da segurança na cidade, mas também pelo calor humano da população.
— Confirmo a visita do papa no Palácio [Guanabara], com a Dilma o Michel Temer [vice-presidente] e outras autoridades. Tenho certeza que todos receberão o papa de braços abertos. O clima será de fraternidade, amor e carinho. Se vândalos tentarem prejudicar os eventos, não o farão. Não só pela presença da segurança na cidade, mas também pelo calor humano da população.
Reforço militar e mascarados
O general José Alberto da Costa Abreu, coordenador de Defesa de Área do Exército, disse, na última quinta-feira (18), que pessoas mascaradas ou com cartazes relacionados a protestos não poderão circular pelo Campus Fidei, em Guaratiba, zona oeste do Rio, local preparado para receber os peregrinos durante a Jornada Mundial da Juventude.
Durante a visita do papa Francisco ao Brasil, que ocorrerá até o dia 28 de julho, foram destacados 13,7 mil homens, sendo 10,2 mil das Forças Armadas, 1.300 da Força Nacional de Segurança e o restante das demais instituições públicas de segurança, entre policiais federais, militares e civis.
No Rio, 7.000 soldados atuarão em Guaratiba, onde o pontífice fará a aparição final e rezará uma missa. O restante ficará aquartelado e poderá ser acionado em caso de emergência.
Para a missa e a vigília em Guaratiba, serão colocados em torno do altar 400 militares do Exército. Todos à paisana. Outros 800 militares, fardados, mas sem arma, circularão pelo campus. Também haverá agentes em torres de observação. A segurança se estenderá ainda a um raio de 4 km em relação à área de concentração de religiosos.
Em Copacabana, onde o papa participará de dois eventos nesta semana, a segurança ficará a cargo da Polícia Militar do Rio.
Clima de tensão
A visita do papa Francisco ao Brasil ocorre em momento delicado tanto para a Igreja Católica quanto para os políticos brasileiros. No sábado (20), a revista italiana L'Espresso revelou o "escandaloso caso de amor" entre o monsenhor Battista Ricca, nomeado pelo papa Francisco para um cargo estratégico no Banco do Vaticano, e o capitão da guarda suíça Patrick Haari. Tal revelação engordou a lista de críticas à condução do Vaticano, que há anos convive com casos de corrupção e pedofilia.
Os brasileiros por sua vez estão convivendo com uma onda de protestos contra o governo. No Rio de Janeiro, grupos acamparam em frente à residência do governador Sérgio Cabral no bairro do Leblon, na zona sul da cidade. Na quarta-feira (17), terminou em confronto e quebra-quebra mais uma manifestação na avenida Delfim Moreira com rua Aristides Espínola, perto do apartamento de Cabral . Os manifestantes se concentraram na rua General San Martin, onde houve confronto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar. Pelo menos 16 pessoas foram detidas pela PM. Segundo a corporação, sete policiais ficaram feridos no confronto.
Esquema especial para o trânsito
A Prefeitura do Rio de Janeiro vai realizar um esquema especial de trânsito para desfile do papa Francisco em carro aberto no centro da cidade, nesta segunda-feira.
O evento vai marcar a chegada do papa ao Brasil. O pontífice vai desfilar às 17h saindo da Catedral Metropolitana, passando pela avenida República do Chile, avenida Rio Branco, rua Araújo Porto Alegre, avenida Graça Aranha, avenida Nilo Peçanha e novamente na avenida Rio Branco em direção ao Theatro Municipal.
A operação da prefeitura teve inicio à meia-noite desta segunda-feira com a proibição de estacionamento em diversas ruas do centro. Os principais fechamentos acontecerão às 15h. Para facilitar a locomoção, a prefeitura pede para que o cidadão carioca utilize o transporte público.
Interdições
Ao meio-dia haverá o bloqueio da rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, nos dois sentidos e do túnel Santa Bárbara, no sentido zona sul, devido à agenda do papa Francisco no Palácio Guanabara. Toda a operação será acompanhada pelos agentes da CET-Rio.
A circulação de veículos estará proibida a partir das 14h nas seguintes vias:
• rua Pinheiro Machado, em toda sua extensão nos dois sentidos;
• túnel Santa Bárbara, sentido zona sul;
• viaduto Engenheiro Noronha;
• elevado 31 de Março, sentido zona sul
A partir das 15h, os motoristas não poderão transitar nas seguintes vias:
• avenida República do Chile
• avenida Almirante Barroso
• avenida Rio Branco;
• rua Araújo Porto Alegre
• avenida Graça Aranha
• avenida Nilo Peçanha
• rua Manoel de Carvalho
• avenida Treze de Maio
• rua Senador Dantas
• rua Lélio Gama
• rua Evaristo da Veiga
• rua México, a partir da rua Santa Luzia
• rua dos Arcos
• rua da Assembleia
• avenida Presidente Vargas, pista lateral a partir da avenida Passos até a avenida Rio Branco, sentido Candelária
• rua Buenos Aires, entre rua Primeiro de Março e avenida Rio Branco
• rua Sete de Setembro, entre a rua da Quitanda e avenida Rio Branco
• rua São José, entre a rua da Quitanda e a avenida Nilo Peçanha;
Durante os 15 minutos anteriores à saída do papa da Catedral, o público não poderá ocupar a avenida República do Paraguai, nos dois sentidos.
Como chegar
Os passageiros que optarem pelo metrô, devem descer as estações Cinelândia e Carioca. Eles também podem utilizar as linhas de ônibus regulares que passam no centro do Rio.
Rotas alternativas
Para chegar a zona sul os motoristas devem utilizar o túnel Rebouças ou a Perimetral. Para fazer a ligação entre a avenida Presidente Vargas e o aterro ou avenida Beira-Mar deve-se utilizar a avenida Passos, Riachuelo ou o Mergulhão.
Proibição de estacionamento
Além dos locais onde já existe regulamentação de proibição, o estacionamento estará proibido a partir da meia-noite de segunda-feira nas vias:
• avenida República do Chile
• avenida Almirante Barroso
• rua Araújo Porto Alegre, entre avenida Rio Branco e a rua Debret
• avenida Graça Aranha, que terá seu sentido invertido, entre rua Santa Luzia e avenida Nilo Peçanha
• avenida Nilo Peçanha
• rua Manoel de Carvalho
• avenida Treze de Maio
• rua Senador Dantas
• rua Lélio Gama
• rua Evaristo da Veiga
• rua México, a partir da rua Santa Luzia
• rua dos Arcos
• rua da Assembleia
• rua Buenos Aires, entre rua Primeiro de Março e avenida Rio Branco
• rua Sete de Setembro, entre a rua da Quitanda e avenida Rio Branco
• rua São José, entre a rua da Quitanda e a avenida Nilo Peçanha
• rua Tiradentes, entre a avenida Passos e a rua Gomes Freire
• rua Gomes Freire, entre avenida Visconde do rio Branco e rua do Senado
• rua Debret, entre a Nilo Peçanha e avenida Almirante Barroso
• rua do Lavradio, em toda sua extensão
• avenida República do Paraguai
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